Cetamina: o que é e quais são os riscos do uso fora do hospital?

Se você já ouviu falar na cetamina, mas ainda tem dúvidas sobre como funciona esse medicamento e se ele é seguro, você está no lugar certo. Antes de falar mais sobre esse anestésico também conhecido como ketamina que é usado no tratamento da depressão grave, e amplamente citado nas notícias dos últimos meses, vale destacar que qualquer remédio administrado sem orientação médica representa risco à saúde.

Sendo assim, vamos direto ao ponto: a aplicação da cetamina é, sim, um procedimento seguro, desde que feito com acompanhamento médico, em ambiente hospitalar e em doses muito baixas. Aplicada em dose subanestésica, a cetamina tem sido uma importante aliada no tratamento da depressão resistente (aquela que não responde ao tratamento convencional dos antidepressivos).

Porém, o uso inadequado da cetamina – feito de forma recreativa, sem supervisão psiquiátrica e em doses altas – pode provocar efeitos cardiovasculares como o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, trazendo sérios riscos à vida. Portanto, seu uso deve ser feito apenas com acompanhamento médico, em ambiente controlado e preparado para atender intercorrências, como os hospitais especializados em saúde mental. Por isso, consulte um especialista de sua confiança.

Quem pode usar e quais são os benefícios?

A cetamina é indicada para o tratamento da depressão resistente, ou depressão refratária (que não responde ao uso de dois ou mais antidepressivos). É também indicada para pacientes com risco iminente de suicídio. Estudos clínicos mostram que, por apresentar respostas rápidas – muitas vezes na primeira aplicação –, a cetamina é uma importante alternativa terapêutica.

Toda depressão pode ser tratada com a cetamina?

Não, ela é indicada apenas para os casos que não respondem ao uso da medicação. Os antidepressivos são extremamente eficazes no tratamento dos demais quadros de depressão. Apesar do rápido alívio ao sofrimento emocional, a cetamina não é uma solução mágica, nem isolada: a depressão e os demais transtornos mentais devem ser tratados de forma multiprofissional, com a psiquiatria, a psicoterapia e a atividade física.

Como acontece o tratamento, na prática?

Responsável por acompanhar o paciente o tempo todo no ambiente hospitalar, o médico faz uma aplicação venosa da cetamina, em dose subanestésica e diluída em soro. O procedimento, que dura em torno de 40 minutos e tem efeitos dissociativos, pode ser acompanhado por uma trilha sonora da preferência do paciente. Após alguns minutos de observação, o paciente está apto para voltar para casa. A quantidade de sessões depende da avaliação médica.