Transtorno de Personalidade Borderline: o que é e quais sintomas

Para entender o que é o Transtorno de Personalidade Borderline e seus sintomas é fundamental, antes de qualquer coisa, ter a clareza de que esse não é um problema de caráter. Caráter é uma coisa, personalidade é outra. Esse um transtorno que causa muito sofrimento ao paciente e à família e isso precisa de atenção.

Vamos entender o nível de gravidade? Basta olhar os números no cenário mundial: o Transtorno de Personalidade Borderline atinge cerca de em 1,6% da população geral, podendo chegar a 5,9% em algumas amostras, segundo a American Psychiatric Association (DSM-V-TR, 2022). Quando se fala em números de consultas chega a 10% do total da Psiquiatria, e quando o assunto é internação chega a 20% dos casos.

Conheça os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline

Por que o paciente Borderline sofre? Porque ele não consegue lidar com as emoções, vive uma constante sensação de vazio, tem problema com a autoimagem e a dificuldade de lidar com a frustração se expressa com rompantes, crises, relacionamentos difíceis, uso abusivo de drogas e até com tentativas de suicídio. Conheça os sintomas:

  • Medo intenso de abandono: é um dos sintomas mais significativos e que provoca reações extremas;
  • Dinâmica dos relacionamentos tende a ser instável e intensa: oscila entre extremos de idealização e desvalorização;
  • Autoimagem distorcida: mudança brusca da percepção sobre si mesmo;
  • Instabilidade emocional: oscila entre irritabilidade, impulsividade, explosão, ansiedade, tristeza e alegria, com alterações que podem durar poucas horas ou mesmo dias.

São as oscilações e os comportamentos disfuncionais que colocam a vida dele e de terceiros em risco, fazendo com que o paciente precise de internação, em alguns casos.

Tratamento

O Transtorno de Personalidade Borderline é crônico, dura a vida inteira, mas existe tratamento para que a pessoa possa ter uma vida funcional. Só medicamento não resolve, só terapia também não, então é necessário juntar os dois. Por isso o tratamento em saúde mental é multiprofissional e a internação pode ajudar nos casos mais graves.

  • É necessário unir a psicoterapia ao uso de medicamentos – a exemplo de estabilizadores de humor, antipsicóticos e antidepressivos.
  • A atividade física também é fundamental.

Não dá para romantizar: esse é um transtorno mental difícil de lidar, porque tem características como instabilidade emocional, impulsividade, irritabilidade e explosão. Mas isso não faz do paciente uma pessoa mau caráter. Precisamos ter cuidado para não reforçar preconceitos. Saúde mental importa e deve ser respeitada.